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DESABAFOS

Sou aquela peça imperfeita que não completa o puzzle.

Sou aquela peça imperfeita que não completa o puzzle.

DESABAFOS

09
Mar23

O MEU AMIGO...


ROMI

Georges Lemaître para explicar que o Universo teve um início: «Houve um dia em que não houve ontem.»   Para o Rui: Houve um dia em que não houve amanhã.

O meu Amigo morreu.  Nunca foi meu namorado ou amante. Foi meu colega, fomos a sombra um do outro. Sem nos importarmos com rótulos.  Não o pude visitar no hospital, só a família pode.  Amigo não tem estatuto. Apesar de lhe ter um dia dedicado, é coisa pouca.  E se soubessem que os amigos são a minha família, o meu pilar. E se soubessem que não sei o que fazer com este vazio que sinto. Com esta saudade imensa, que dói. Que não sei como curar. E se soubessem que metade de mim fica em suspenso, porque me falta uma base para me amparar. 

E agora, Rui. Quando o telefone toca e sei que não és tu. Tinhas prometido não me morrer, era só um susto. Como vou gerir esta forma egoísta de também ter pena de mim. 
 
Sinto que vos devo uma explicação para a minha ausência. Eternamente grata pela companhia, pelo carinho. Aqui, também são a minha família.   
Um dia volto... 
 
 
10
Fev23

CANSAÇO PARA QUE TE QUERO...


ROMI

Desde que fui presenteada com umas papas de aveia, deixei de me queixar de cansaço. Que não passa com papas de aveia. Podia amarfanhar-me no sofá, empanturrar-me de coisas doces e ver séries, o dia todo. Podia estiraçar-me na cadeira da marquise, ler livros e beber café, ao som de Carl Orff . Mas o meu cansaço só passa com viagens. É uma maçada: é transportes públicos, arrastar as rodinhas da mala até ao hotel, é calçar os ténis e andar horrores para conhecer as vistas. Comer qualquer coisa, tipo comendo e andando. É perder-me, o caminho de volta parece sempre mais longo. E retornar ao hotel revigorada, o cansaço ficou à porta da minha casa, a aguardar o regresso. 

Queria ir ao Porto, dar um abraço à Isabel Paulos. Caso não goste de abraços, bebemos um café. Ou dizemos um olá. Mas ficaria registado, no meu currículo, que tinha ido ao Porto ver a Isabel e aliviar o cansaço. Talvez lá mais para o verão.
Fiquei desiludida quando verifiquei que S. Martinho do Porto não tem doces regionais. Percebem porque vou tantas vezes a Aveiro. Mas tem um Mercado Municipal. Eu gosto muito de Mercados. Principalmente das bancas dos bolos. Mesmo que não sejam regionais, um bolo é sempre um  bolo. Estou quase a convencer-me...
Já lá estive uma vez, em agosto, há largos anos. Num hotel do outro mundo. Coincidiu com o Festival do Camarão, o único quarto disponível parecia a casa da tia (como não tenho tias posso dizer estas coisas). Era um quarto enorme dividido em dois. O quarto principal com cama de casal, o outro com três camas pequenas. Estive lá cinco dias, experimentei todinhas. Hoje não faria isso, o ambiente e tal.  O esquentador, enfiado na casa de banho. Perigo. A sala de refeições, tinha as paredes e o teto forrados com as páginas da revista Maria e do jornal "Tal & Qual". Tudo muito colorido, eu que nem gosto de cor. Mas era tudo tão estranho, eu ria-me imenso. Acho, inclusive, que fiquei com retenção muscular e a minha expressão facial fazia lembrar o Joker, interpretado por Jack Nicholson, no filme Batman. Já as responsáveis pelo hotel, coisinhas mais lentas, pareciam personagens do filme "A Família Adams". Resumindo, foi estranho, divertido e baratinho. 
O hotel ainda existe, foi remodelado, ASAE e tal, mas não vai ser a minha opção. 
Portanto, se derem pela minha falta no "Charco", não estranhem. Fui com a minha malinha esbanjar, por aí,  aquilo que não tenho: charme e dinheiro. 
 
A foto ilustra a forma charmosa com que me pavoneio em férias... 
 

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09
Fev23

FROM FROM, o ratinho ...


ROMI

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Nunca irei perceber como é possível não gostar destes bichinhos lindos.

Eu e a minha colega evitámos o pior, um senhor preparava-se para ter uma atitude nada digna. Claro que ele não comeu, estava aterrorizado com as investidas. Mas foi encaminhado para sitio seguro. Que lá se mantenha.

As maiores felicidades, From From. Tem nome. Batizo tudo o que gosto. Confesso, de forma envergonhada, que já tive uma mosca chamada Maria Silvéria...

08
Fev23

AS CUEQUINHAS DA GRACINDA...


ROMI

3 Laranjas
3 Peras
3 Maçãs
2 Bolas de água.
 
"Nove euros e noventa e seis cêntimos. Deseja saco?" - Perguntou a senhora da mercearia. Eu não gosto de fruta. Numa preguiça, gosto de grelhar qualquer das peças mencionadas, para acompanhamento de qualquer carne, também grelhada, e por norma porco. Acrescento que não sou muito de peixe. À exceção de uma bela sardinhada, um ou outro carapau e bacalhau. Há tempos fui prognosticada com uma série de doenças, do foro digestivo, por não tomar pequeno almoço. Ora, não comendo fruta e peixe, deduzo que um  dia ultrapassado seja uma proeza e uma utente a menos no Reino dos Céus. Tendo em conta que o inferno terá diabretes de sobra, não haverá lugar para mim. O céu me espera. Tédio.
Mas não é a minha morte definhada que me preocupa. É pensar, como é que um casal com dois filhos... que queira, no mínimo, dar duas peças de fruta a cada um, por dia, o que isso pesará no orçamento familiar. Veio-me à memória a Gracinda. A cigana simpática, vendedora ambulante, que quer a todo o custo que  lhe compre umas cuequinhas de renda, quando me apanha a sair do Metro, às oito da manhã. Quem tem vontade de comprar cuequinhas a essa hora? Para mais, tendo como testemunha a imponente estátua do Marquês de Pombal. Ficou decidido, amanhã compro as tais cuequinhas à Gracinda. Não sei quantos filhos tem.
Que o Marquês não se entusiasme...

A primeira vez que fui abordada pela Gracinda, disse-lhe que não ía comprar coisíssima nenhuma, que estava mortinha por um café,  poderia acompanhar-me e pagar-lhe-ia um ou o que ela quisesse. Só quis o café. Com a promessa de o seguinte ser ela a pagar. A partir daí evito a saída do Metro onde sei que  está.
Amanhã vou beber o café pago pela Gracinda, com um molho de cuequinhas debaixo do braço. Óh, se vou... 
07
Fev23

A DONA FRUSKY (versão Oscar)...


ROMI

Mantive-me estática quando a dona Frusky (já a batizei) abalroou a minha mesa. Eu só estava a beber café. Nem um atum como isco. Saltou para o braço da cadeira e entrou na minha mala (ponderei traze-la para casa). Foi no momento em que tirei o telemóvel da pasta do computador que ela saltou para o mar. Mas ficou ali. Sempre a saltitar. Como uma baleia feliz. Os horários não se compadecem destes momentos singulares e tive de partir, pesarosa. A dona Frusky continuou a saltitar. Para me fazer feliz... 

 

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                  Foto e video do meu album "Viagens".

07
Fev23

O OSCAR...


ROMI

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Mantive-me estática quando o Oscar (já o batizei) poisou sobre a minha mesa. Eu só estava a beber café. Nem uma migalha como isco. Saltou para o braço da cadeira e entrou na minha mala. Foi no momento que tirei o telemóvel da pasta do computador que ele voou para o chão. Mas ficou ali. Sempre a saltitar. Como um pardal feliz. Os horários não se compadecem destes momentos singulares e tive de partir, pesarosa. O Oscar continuou a saltitar. Para me fazer feliz... 

05
Fev23

DOMINGANDO...


ROMI

"Às vezes penso que as pessoas são como borrões de cinza, teimosamente unidos pela sua breve fragilidade. E é tão fácil provocar um suave movimento ou um ténue sopro... "
 
Frase gentilmente roubada ao blog de V.Cunhal.
Eu disse gentilmente?... como se eu tivesse outra forma de roubar.
 
Não há domingo sem mar, nem mar sem gaivotas. 
 

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03
Fev23

MAIS UMA VOLTINHA, MAIS UMA MOEDINHA... ...


ROMI

Sempre gostei de motas, mais do que de carros. Desde muito cedo e durante muitos anos tive mota, até ter a noção que "(…) o mundo é um lugar demasiado arriscado para andarmos por aí, sozinhos, sem ninguém que espere por nós em casa, que se preocupe quando não chegamos e que possa sair à nossa procura…". Claro que apanhei vários sustos e uma multa ou outra por andar sem capacete. Também por excesso de passageiros (três). Isto na adolescência, depois a pessoa ganha juízo. Felizmente, vários dos meus amigos têm mota e a aventura continua. Não é a mesma coisa, mas é bom. Se me projetar no futuro, vejo-me sem casa, a conduzir uma autocaravana, daquelas que têm um suporte para motas na retaguarda. 
A mota que aparece com caveiras, não faço a mais pálida ideia a quem pertence, mas não resisti. A caveira é um símbolo bem acolhido pelos motociclistas. Possui uma variedade de significados e interpretações nas mais diversas culturas. Ao olharmos para uma caveira não sabemos o género, a raça, a orientação sexual, o estatuto social, a religião, etc.. Representa, portanto, independentemente de qualquer estereotipo, a igualdade, banindo o preconceito. Eu gosto de caveiras, pelo que elas representam. Tenho várias espalhadas pela casa, vai um cafézinho???

Dilema: Ponho na garagem ou dou mais uma voltinha?
Também toco piano e falo Francês.
Caso conheçam o dono, eu nego que toquei na mota...
Esta já tem uns anitos, mas esta parte não era para dizer... 

 

01
Fev23

CALLING YOU...


ROMI

Janeiro ficou para trás, como se tivesse morrido ontem à noite. Gosto dele na mesma proporção que gosta de mim. Nadinha. Andamos de costas voltadas há uns bons anos. Farei as pazes quando me proporcionar uma noite de luar.

Bem vindo fevereiro. Deixo-te esta balada, que já foi nossa ...
 

29
Jan23

EU E O MAR...


ROMI

 

Numa praia perto de si...

"Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade."

Sophia de Mello Andresen

 

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