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DESABAFOS

Razoavelmente insuportável…

Razoavelmente insuportável…

DESABAFOS

18
Fev24

Um risco na paisagem...


ROMI

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Hoje faço luto pela morte antecipada do que queria dizer em voz alta. Choro pelas conversas que perderam a oportunidade de acontecer. Há tanto para calar ou contar! Palavras registradas no óbito, sem certidão, mascaradas de nexo. 

À laia de brinde, estilhaço o flute sem champanhe, dispo o papel de cetim e embrulho-me em papel pardo, tendo o cuidado de dispensar o laço. 

Hoje quero-me burraaa!!! Nem sempre me apetece ser inteligente, interessante, sensata, simpática, … a sensualidade tenho-a na alma que sento na sombra do pecado. Mas só hoje! 

Da minha silhueta resta só a fotocópia. As palavras já não têm o teu nome, os sussurros ofegantes também não. Que se degrade o intelecto, tenho perguntas para arrumar.

 

"Alta, elegante, vestida de preto, pareces um risco na paisagem!"

É um risco que quero parecer, para depois apagar … 

 

Foto do meu álbum "Viagens"

 

  

 

16
Fev24

Behind the Candelabra: My Life with Liberace (filme)


ROMI

Uma declaração de amor. 

E quando um homem gosta de um homem o que se chama? 

- Chama-se amor...

 

 

 

 

 

"Porque te amo? Amo-te não apenas pelo que és, Mas pelo que eu sou quando estou contigo. Amo-te não apenas pelo que fizeste de ti mesmo, mas pelo que estás a fazer de mim. Amo-te por ignorares as possibilidades do tolo em mim, e por aceitares as possibilidades do bom em mim. Porque te amo? Amo-te por fechares os olhos às discordâncias em mim. E por acrescentares música em mim através da escuta reverente. Amo-te por me ajudares a construir da minha vida não uma taberna, mas um templo. Amo-te porque fizeste tanto para me fazer feliz. Fizeste-o sem uma palavra, sem um toque, sem um sinal Fizeste-o apenas sendo tu próprio. Talvez afinal, isso é o que o amor significa. E é por isso que te amo."

"Why do I love you? I love you not only for what you are, But for what I am when I'm with you I love you not only for what you have made of yourself, But for what you are making of me. I love you for ignoring the possibilities of the fool in me, And for accepting the possibilities of the good in me. Why do I love you? I love you for closing your eyes to the discords in me, And for adding to the music in me by worshipful listening. I love you for helping me to construct of my life Not a tavern but a temple I love you because you have done so much to make me happy. You have done it without a word, without a touch, without a sign You have done it by just being yourself Perhaps after all, that is what love means And that is why I love you."

13
Fev24

Na Última Página...


ROMI

 

 

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Hoje, leva-me a casa de mãos dadas,

Brinda-me com olhares que formam as palavras

que não podemos ouvir.

Salva-me dos silêncios escritos à mão,

Acutilantes como se tivessem voz.

Pintemos paredes com verbos errantes,

Que contam histórias sem enredo,

Num vermelho do mesmo tom.

Transfere-me para um futuro não condicional…

Abraça-me no modo invisível de quem me quer à sua beira.

            E ao ritmo da solidão escolhida,

                   Viveremos felizes para sempre

                           Na última página do livro de um escritor qualquer.

 

Foto do meu álbum "imagens de rua"

02
Fev24

PIEDADE PARA UMA MULHER SÓ...


ROMI

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Olha-me num sorriso de piedade para uma mulher só. 

Pega no jornal... num gesto de quem está, mas não para mim. 

Olho-o com a indiferença de quem está só e gosta. 

Pousa o jornal e diz com voz que quer ser sincera: 

Gosto tanto de ti! 

Continuo a sorrir, sem no entanto referir que não gosto da maneira como gosta de mim…

Esqueço que o jornal continua a  preto e branco

e que o comboio já não passa dois minutos 

antes de o sol nascer.

Rasgo o momento como quem rasga o jornal.

Destaco o caos da teoria.

Saio lentamente, em passo calculado.

Aguardo conformada o comboio seguinte.

Reivindico a saudade como complemento de paisagem.

27
Jan24

Ontem não te vi em Istambul ...


ROMI

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O trânsito lento no túnel iluminado.  O motorista, com ar cansado, parecia dormir. Não quis saber. Captei o momento para memória futura.  Fechei os olhos. Quando o carro iniciou a marcha tranquilizou-me e permiti-me adormecer. 

Acordei com uma mão dirigida a mim, como um convite para dançar. Era, afinal, só para me ajudar a sair. Pegou na minha mala, deixou-me à porta do hotel e disse-me até amanhã. E eu acreditei. A ingenuidade ímpar de quem acredita em estranhos. 



Ele chegou desprovido de bagagem.

Em passo lento como sílabas arrastadas

O aceno de faz de conta

A promessa que subestimou.

Gostei de todos os sorrisos em que acreditei

E desprezei em legítima defesa. 

A cidade não a oiço.

Hoje é o velório da cumplicidade desonesta.

Passo ao dia seguinte.

                                              Ontem não te vi em Istambul. 

07
Jan24

À deriva...


ROMI

Dos despojos de outono, sobrou uma folha à deriva num riacho,

em busca de um rio que a leve para o mar.

Um alívio no vazio 

Pausa para olhar 

O eco das palavras ressoa no silêncio que se instala, como entrelinhas mudas. Há uma dança de sombras na sala, uma coreografia de promessas que não ousamos tocar.

Em gesto póstumo, cuidarei de aprender a dançar.

 

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Foto do meu álbum "Viagens"

 

01
Jan24

Eu prometo não cumprir...


ROMI

Votos para 2024

 
Prometo:
1. Não comprar mais livros
2. Não misturar queijo da Ilha com chocolate
3. Não fazer birras
4. Não sair com  amigas(os)
5. Não beber café
6. Não fumar
7. Não dar nome às coisas
8. Não azucrinar o Zizzi
9. Não amuar
10. Andar sempre com o telemóvel atrás
11.Não viajar
12. Não andar à chuva
13. Não procrastinar
14. Não dar abraços
15.Não vestir só preto e branco
 
Quebrar todas as promessas torna-se a única regra inflexível.
Que o vosso ano de 2024 seja uma sinfonia de surpresas e risos, com uma pitada de desobediência bem intencionada.
Brindemos...
 

IMG-20180414-WA0016.jpg Foto do meu álbum "Por aí..."

27
Dez23

Rebeldias...


ROMI

Na habitual forma egoísta de evitar ficarem preocupados, as tropas não queriam que eu fosse à passagem de ano com amigos. Depois de muitas negociações, até prometi usar o relógio no braço esquerdo (para a minha madrasta era um manifesto ato de rebeldia usar no direito), o ultimato: posso ir, mas não posso levar o meu carro. Carro esse, estrategicamente estacionado de modo a ser controlado da janela. Falhei na promessa com o relógio, mas aí cumpri. Não levei o meu carro, roubei o carro ao meu pai, estacionado em ângulo morto.

A esta distância, sinto que não lhes facilitei a vidinha. Gorei todos os planos que tinham para mim. A minha também não foi facilitada, apesar de ter feito sempre o que quis, nunca nada foi feito como quis: era o fato de treino sobre a minha roupa normal e avisar que chegava tarde, tinha treino de basquete. Era sair com a saia pelo joelho e dar duas ou três voltas no cós para que ficasse dois palmos afastada. Era subornar, com beijinhos, a porteira para que me entregasse o boletim das faltas da escola. Era entrar pela porta, à hora marcada, avisar “já cheguei” e sair pela janela quase no mesmo instante. 

Tudo isto causa uma ansiedade viciante, tudo o que não fosse arriscar não tinha sabor. Nunca fiz nada que os prejudicasse ou envergonhasse. Agradeço todos os valores que me transmitiram, principalmente a minha madrasta. O meu pai era mais cúmplice, compactuava com ela só para não a desautorizar, para a agradar. No fundo, ele queria lá saber. Até dizia, sem orgulho, que eu saía a ele. 

Hoje não há regras, só as sociais. Não há tropas para contrariar. As janelas não substituem as portas. O relógio permanece no braço direito só por hábito. Há a passagem de ano marcada com amigos. E um vazio. Talvez das lembranças que se despediram do presente. A saudade e a solidão emergem como protagonistas, a desconexão com a multidão. A necessidade de contrariar. 

Hotel marcado, Alcobaça. Onde não conheço rigorosamente ninguém. Um desejo: espero que chova… 

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25
Dez23

Pijamas, estrelas, pizza e gatas travessas...


ROMI

 

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Os meu votos de Natal, para além da saúdinha, paz e amor, é que a vossa balança tenha mais espírito natalício do que a minha, estou farta de comer doces e não consegui emagrecer um único quilinho.

 

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 Noite de Natal. Rejeitados e devidamente agradecidos todos os convites para passar a noite em casa alheia (eu sou uma pariga séria). A habitual troca de doces com a vizinha do lado. Silencio o telemóvel. O som das mensagens natalícias, em catadupa, fazem lembrar badaladas. Temo que os fiéis se confundam e pensem que é aqui a missa do galo.  Vestida a rigor, pijama. Mas não é um pijama qualquer, comprado na loja do chinês, tem uma estrela e tudo. Mantenho a tradição, pizza. Há quem coma bacalhau com couves, nunca vou perceber porquê, a tradição já não é o que era.

A vantagem de ser sozinho é que temos toda uma mesa só para nós. A desvantagem é não conseguir abrir a garrafa de champanhe, nada que um saca rolhas não resolva.
Fica a prova que passar o Natal sozinha também tem os seus encantos. É assim há anos, com raras excepções. É a minha tradição.
 

As velas cintilam ao som de Amy Winehouse - Back To Black. A gata Luna, porque eu não a deixei brincar com um “sonho”, derruba, mais uma vez, a pinha de Natal. Ignoro-a e como mais uma gulodice. A vizinha de cima ri com uma gracinha da neta, deduzo eu, e batem muitas palmas. Eu bebo mais um bocadinho de champanhe e corro atrás da Luna que foge desalmadamente com uma azeitona na boca. Ainda tenho uns quantos filmes para ver. 

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E eu aqui, nesta figurinha ridícula, com um barrete pendurado na cabeça, cortesia SAPO para anatalar o meu dia. Que bom....

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