"A Breve Vida das Flores"...
ROMI
A Antónia pode até ligar para discutirmos o preço do red fish do Pingo Doce, mas invariavelmente acabamos a falar de filmes e de livros, mais de livros. Disse que estava a ler "A Breve Vida das Flores", mas não recomendava porque sabia que não era o meu género. Fiquei a pensar: qual é o meu género? Não tenho um género definido, não gosto de livros de autoajuda e não leio certos autores que ela lê. Há livros que eu gosto e ela nem consegue passar da vigésima sétima página (Amor e Preconceito) e vice-versa. Mas dizer que determinado livro não é o meu género deixa-me com a pulga atrás da orelha. E lá comprei o livro. Tem quatrocentas e tal páginas. Digamos que o "devorei" até mais de meio. Vontade de ligar à Antónia, às três da manhã, a azucriná-la por não ter acertado no meu gosto literário. Mas depois começou a ficar penoso: personagens a mais, enredos a mais, diálogos fraquinhos. Enfim, cem páginas a mais. Fiquei irritada com a Valérie Perrin, com a 16ª edição, com todos os prémios que ganhou, com todas as críticas elogiosas que li a respeito. Pessoas cá do burgo, e com livros publicados, a dizerem que foi o livro da vida delas. Não houve ninguém que tivesse uma opinião menos favorável, como a minha. O livro até não é mau. Pronto, o livro é bom. Mas tem páginas a mais, enredos a mais e tornou o fim maçudo, que só consegui ler na diagonal. E isso é uma coisa que me irrita...
Agora estou a ler "O Mundo de Sofia". O bom disto tudo é que continuo com o hábito de combinar as lapiseiras com as capas dos livros, e estas quase se confundem. Sim, eu sou das que riscam livros...