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DESABAFOS

Razoavelmente insuportável…

Razoavelmente insuportável…

DESABAFOS

29
Set24

"O Trem das Onze" (memórias)...


ROMI

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25
Set24

Conversa com os meus botões...


ROMI

A reler... 

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Isto não é desarrumação. A Aidinha não concorda comigo...

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Adorei este documentário. Secretamente, tenho um fascínio pela excentricidade que caracteriza alguns pintores. Disse fascínio? Queria dizer inveja...

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Agora vou jantar, encomendei uma pizza. O resto do serão vai ser passado a ouvir música. Tomara que chova... 

 

 

 

 

24
Set24

Deixar ir...


ROMI

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Aqui e agora... na hora sensata, em que as palavras adquirem forma mutilada, porque o silencio naufragou, foi a indiferença que se salvou. 
O amanhã adiou pedaços de insónia e da palidez não restou nada. 
Brinda-se à alegria, em forma de luto, quando se inventa o que lamentar. 
Eu mantanho-me estática, não vá morrer de riso. 
Aqui e agora... asfixio o som da ausencia, da realidade emprestada. 
Vou na direcção oposta, em troca de sonhos incompletos, no intervalo peregrino de quem estilhaça as memórias. 
Há sempre um ponto de partida para deitar tudo a perder. 
Ergo a quietude e a fuga, numa disputa em competição. 
Doce armadilha forrada de adeus, foi aí que brindei e quis mesmo morrer de riso. 
Aqui e agora... quero apenas fingir-me de morta, em forma de corpo ausente e  fiel à minha cópia. 
Partiria sempre... mesmo que não fosse necessário!

22
Set24

Sem Norte ...


ROMI

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Visto-me como se fosse sábado. 
Tenho pensamentos discretos e olhar de purpurina. 
Parto o espelho e triplico o efeito. 
Reservo para mim o que não é de mim 
e continuo a sorrir reluzente. 

Saio para a rua, como se fosse horizonte. 
As conversas são destiladas 
como gritos que querem ser pardos. 
mas ainda é dia! 
A paisagem humana continua deprimente... 
como se fosse ontem. 

O céu jaz sem pano de fundo, 
como se fosse nunca. 
Continuo deambulante como se fosse sombra 
e a chuva acontece como se fosse nada 
e o vento que quer ser tornado 
zune desnorteado,como se não houvesse amanhã. 


Não acontece nada! 
Não se passa nada! 
Como se fosse já ali a felicidade perfeita, 
feita de pequenos nadas... 
que não cessam de morrer. 
É ai que retrocedo e me substituo por um ponto final. 

20
Set24

Retalhos de Um Serão...


ROMI

 

           

 

O computador para ouvir música. Um livro para ler. Caderno e caneta fazem parte de qualquer cena que eu protagonize; são como os miúdos: "andam sempre atrás". Aleatoriamente, a música Sebastien, dos Cockney Rebel. Sebastien reportou-me ao sr. Sebastião, vizinho da minha avó, que referia várias vezes ao dia que a Tézinha, vizinha da frente, era muito velhaquinha. Acho que o sr. Sebastião nutria um sentimento muito nobre pela Tézinha, mas não era correspondido. Porém, era a Tézinha que lhe valia em momentos de aflição. E mais não digo, que eu gosto de escrever no papel e só depois passar para o computador. Que comece o serão...  

 

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20
Set24

Promessas de Algodão...


ROMI

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foto em praia de S. Julião

 

De mãos dadas, mergulhámos os pés no asfalto, como se de mar se tratasse.
Ignorámos a multidão, eram as ondas do nosso mar.
Inventámos estrelas que só existiam nos meus olhos, dizias tu!
Consegui pô-las nos teus também...
Toques de algodão em nós, mel servido pela lua.
E eu, de Prada vestida, ou talvez não, mas de branco certamente,
flutuava nas palavras de quem prometia fazer-me feliz...

E cumpriu!
O que não tive, não ficou por querer, costumava lamentar!
Contigo, nada ficou por querer. Nem o último abraço!
Já não tinhas mais nada para me dar...
Eu sim! E reservo para ti tudo de mim: muitos momentos lindos,
muitas estrelas por inventar.
Na euforia de receber, esqueci-me de partilhar.
Agora, não tenho como, definitivamente.

Continuo de Prada vestida, ou talvez não, mas de preto, certamente...
fiel a uma espécie de luto que paira sobre mim...

Quem não sabe cuidar, não merece ter. 

19
Set24

A Sabedoria do Absurdo...


ROMI

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O pensamento é o que de mais solitário existe em mim.

Continuo a não gostar de falar do tempo, seja ele qual for. 

É no agora que me fixo, mesmo sem saber estar. Ou saber ser. 

Sei que as palavras se salvam na omissão.

Culpada de homicídio qualificado, na forma tentada, da saudade, quando regresso a casa.  

A noite, sinto-a por dentro. Como um luto integral. 

Pinto a natureza morta de dois estados que se respeitam mutuamente: o que ficou por sentir e  querer sentir.

Ignorar é a mais difícil aprendizagem. E transborda-me como uma cascata que deságua na vagarosa floração dos afetos.

 O absurdo é, secretamente, o que de mais sofisticado existe em mim...

 

14
Set24

ÀS VEZES sim ...


ROMI

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                             Às vezes, não.
                             Outras, porque não quiseste.
                             O deserto inesperado,
                             da luz sem dia.

                            As horas tardias,
                            no corpo parado.
                            Como um relógio
                            que não dá horas,
                           dá distâncias
                           em segundos distraídos.

                           Às vezes, não.
                           Quase nada.
                           Como a noite,
                           que te visita sem convite.
                           E desiste,
                           para te ver amanhecer.

  

11
Set24

PRIMEIRO MORREM OS SONHOS...


ROMI

Preparo-me para o luto, acendo previamente todas as velas que formam o percurso até mim. Não sei se há luto para o inacabado!

Primeiro morrem os sonhos, depois é o silêncio que fala como um eco que retorna em desejo de ser voz. 

Cansada de acordar periodicamente, olho o espelho que reflete a indiferença de mim. É a repetição ritmada de uma vigília que se inventa. Terei sempre o esquecimento... que conduz à reconciliação, terei sempre um momento para sublinhar, terei sempre a noite e a noite é o meu lugar para permanecer.

Eu não sei se é a morte que pousa na minha sombra! 

Pelas vezes que morri, pelas vezes que me ergui, ergue-se a lua em forma de boa pessoa e chora sob o meu nome...

Penitência de um ser anónimo, é aí que me visto de cinzas.

 

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imagem Pinterest

06
Set24

Olinda...


ROMI

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Olinda, a única água que suportava era a do mar e a que viesse diretamente do céu. Os únicos pássaros que conhecia eram as gaivotas, e o seu meio de transporte era o sonho naufragado, encalhado, que se movia ao sabor da imaginação. Era intolerante a tudo o que tivesse tecto.

Nem sempre foi assim. Houve tempos em que tentou escalar a linha da normalidade, sempre em crescendo. No entanto, a normalidade tem prazo de validade e capacidade de se renovar, inovando. Sem estabilidade, perde-se o equilíbrio, e Olinda sentiu-se ultrapassada, rasgada, como se fosse papel.

Não passou a viver do ar, mas sim do que lhe davam. E à noite, dormia sob as estrelas, mais numerosas do que as que qualquer hotel pudesse ostentar.

Mas Olinda não estava feliz. Ninguém é feliz sozinho. Ou melhor, ninguém é feliz sem alguém a quem exibir a felicidade. Esse pensamento fez com que se sentisse uma pessoa normal. E rejeitou-o.

Abrigada sob a espessa capa da designação social "Sem Abrigo", sentia-se protegida pela permissão de poder ser louca, de se estatelar sem rede, desafiando a capacidade de renovação do que é considerado normal, com a secreta esperança de que o normal continue a ostracizar a diferença.

Hoje, disse-me a mãe dela, seria o aniversário de Olinda. Não tem presentes, mas tem asas e todo um céu para voar...

Descansa em paz.

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