Deixar ir...
ROMI
Aqui e agora... na hora sensata, em que as palavras adquirem forma mutilada, porque o silencio naufragou, foi a indiferença que se salvou.
O amanhã adiou pedaços de insónia e da palidez não restou nada.
Brinda-se à alegria, em forma de luto, quando se inventa o que lamentar.
Eu mantanho-me estática, não vá morrer de riso.
Aqui e agora... asfixio o som da ausencia, da realidade emprestada.
Vou na direcção oposta, em troca de sonhos incompletos, no intervalo peregrino de quem estilhaça as memórias.
Há sempre um ponto de partida para deitar tudo a perder.
Ergo a quietude e a fuga, numa disputa em competição.
Doce armadilha forrada de adeus, foi aí que brindei e quis mesmo morrer de riso.
Aqui e agora... quero apenas fingir-me de morta, em forma de corpo ausente e fiel à minha cópia.
Partiria sempre... mesmo que não fosse necessário!