Fora de Horas...
ROMI
Para mim, um relógio de pulso não precisa dar horas. Basta ser bonito. Pode estar parado. Uso-o só como adereço, uma pulseira com mais pormenores. Por norma uso dois, às vezes três, um mais pequenino, quase camuflado, e uma série de pulseiras a disfarçar.
Estranho que nunca me tenham dito nada. As pessoas costumam chamar a atenção para o que usamos, como se não soubéssemos o que estamos a usar. Nem quero saber o que pensam, até porque, provavelmente, também não devem saber o que pensar. À primeira vista, pareço uma pessoa normal.
E surpresa das surpresas, quando uma colega, ao passar-me um dossier, exibe no pulso não um, mas dois relógios. Ignoro. E de tanto ignorar, já é prática comum: no escritório, todas usamos, por norma, dois relógios. Às vezes três.
Hoje, com tantos meios à nossa disposição para ver as horas: telemóvel, computador, aparelhos domésticos, outdoors luminosos , etc., faz mais sentido usar o relógio, para quem gosta, apenas como adorno.
Dizem que o tempo passa depressa, mas aqui anda perdido, a tentar perceber qual dos relógios manda. E nós, pontualmente desfasadas, continuamos impecáveis, fora de horas.
