Por falar de amor...
ROMI
A Luna tem 14 anos. No ano passado, esteve muito doente. Acredito que não foram os medicamentos, foi o amor que a salvou. A dedicação, estar com ela noite e dia, não a deixar ir. Dar-lhe comida à boca, conversar com ela. Aos poucos, foi recuperando.
A dinâmica alterou-se: as travadinhas das três da manhã, em que corria pela casa toda, trepava paredes, depois acalmava e olhava-me, como se eu fosse o rebuliço, acabaram. Agora, está muito tranquila. Quer apenas comer e dormir. Não fica triste quando saio de casa e recebe-me à porta por hábito. Já não rebola feliz.
Mas hoje demorei. Estive mais tempo fora do que o habitual. E a velha Luna voltou. Não me largou. Voltou a subir para a cadeira só para estar ao pé de mim. Jantei com ela ao colo — e ela não gosta de colo. Agora, vou embrulhá-la na mantinha, esperar que adormeça. Esperar que me perdoe se por momentos se sentiu abandonada.
Sem ela a minha vida era bem mais triste...