Prémio Nobel da Literatura...
ROMI


Gentilmente, a Penguin fez-me chegar, via e-mail, a notícia da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a László Krasznahorkai, acompanhada de um excerto em PDF (https://randomhouse.app.box.com/s/ej8zp1tdsr2w3ow5eno2czsfa1k4nagk) do livro HERSCHT 07769. Confesso que não conhecia, de todo, este escritor. Pelo que percebi, move-se numa escala mais desafiante que Saramago, também ele um mestre em desafiar as regras da pontuação.
Ao começar a ler o excerto, senti-me logo em terreno movediço. As frases são longas, quase infinitas, como se o texto não precisasse de respirar. Krasznahorkai parece pertencer aos que reinventam as regras da escrita e nos obrigam a acompanhar o ritmo do pensamento, sem pausas. Foi isso que me fez lembrar Saramago. Mas, Saramago é um escritor que nos segura pela mão enquanto divaga, Krasznahorkai parece ser o que nos solta no meio da corrente e diz: “Segue-me, se conseguires.”
Fiquei a pensar se terei coragem para me aventurar a ler qualquer livro escrito por ele. Talvez um dia.
