Sem Norte ...
ROMI
Visto-me como se fosse sábado.
Tenho pensamentos discretos e olhar de purpurina.
Parto o espelho e triplico o efeito.
Reservo para mim o que não é de mim
e continuo a sorrir reluzente.
Saio para a rua, como se fosse horizonte.
As conversas são destiladas
como gritos que querem ser pardos.
mas ainda é dia!
A paisagem humana continua deprimente...
como se fosse ontem.
O céu jaz sem pano de fundo,
como se fosse nunca.
Continuo deambulante como se fosse sombra
e a chuva acontece como se fosse nada
e o vento que quer ser tornado
zune desnorteado,como se não houvesse amanhã.
Não acontece nada!
Não se passa nada!
Como se fosse já ali a felicidade perfeita,
feita de pequenos nadas...
que não cessam de morrer.
É ai que retrocedo e me substituo por um ponto final.