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DESABAFOS

Razoavelmente insuportável…

Razoavelmente insuportável…

DESABAFOS

22
Abr22

SER QUEM SOMOS ...


ROMI

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Às vezes, só porque sim, enfio-me, literalmente, num autocarro e vou para uma terra com mar. Não interessa qual, tem de ter mar. Reparo que na plataforma da rodoviária,  fica sempre alguém a dizer adeus, a outros passageiros que não eu, claro. Mas sem lágrimas. As pessoas já não choram na despedida.  Percebo, e não vou enumerar as diversas razões para não o fazerem. Estamos todos à distância de um clique. Reportando-me à infância, chorava-se imenso, chorávamos todos, os que partiam e os que ficavam. A mim doía-me à séria separar-me da minha avó, que por norma só via nas férias. Hoje, é um alívio imenso a partida de alguém que me visita. É um alívio imenso se sou eu a partir e deixo para trás as pessoas que por obrigação moral tenho de visitar.

E sinto uma certa tristeza com o meu desprendimento. Tenho saudades do tempo em que chorava de saudades. Em que pessoa me tornei, em que pessoa me tornaram. 
No entanto,numa curta estadia na Figueira da Foz, tive sempre por companhia uma gaivota. Bastava ir à varanda do quarto. Ficámos mesmo amigas. E na hora da despedida, chorei. Desejo voltar àquele hotel, na esperança de a reencontrar. 
Posso ser muitas coisas, mas não sou o que tentaram fazer de mim. Ser quem somos será sempre suficiente... 

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