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DESABAFOS

Razoavelmente insuportável…

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DESABAFOS

13
Ago24

Leitora de Sótão...


ROMI

Século XIX. “As escritoras de sótão”, uma sociedade que reprovava e desvalorizava a expressão literária feminina, levava a que escritoras como Charlotte Bronte, Emily Bronte, Mary Shelley, Louisa May Alcott, entre outras, escrevessem às escondidas. Simbolicamente como se estivessem confinadas a um sótão. Chegavam a escrever e a publicar sob pseudónimos masculinos. 

 

Por vezes, sinto-me  uma "leitora de sótão" pelo mesmo motivo: a necessidade de ler certos livros longe de olhares inquisidores. Ler às escondidas.

Quando era miúda, compreendo que o meu pai ou a minha madrasta não quisessem que eu lesse obras como "O Conde de Monte Cristo" e "Os Miseráveis" aos 10 anos, ou "O Exorcista" aos 11. Mas li, "no sótão".

Fui à minha livraria preferida em Paço D’arcos. Claro que não quis o sugerido saco plástico. Se há coisa que gosto é de exibir a minha catrefada de livros, como quem exibe o bem mais luxuoso. Depressa percebi que há livros que só vou poder ler no sótão, longe do olhar crítico. 

A leitura é uma ferramenta essencial para entender a história, o pensamento e as ideologias que moldaram o mundo. Gente obtusa não consegue perceber isso.

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10
Jul24

Deixei de fumar. Parece-me... (parte II)


ROMI

Meu Deus, vou ficar rica! Pensei. E, de imediato, me imaginei  vestida de amarelo, com um chapéu de abas largas da mesma cor, a desinquietar o senhor Ambrósio porque me apetecia tomar algo. 
Deixei de fumar. Pelo menos já não fumo há cinco meses. Jamais saberei se é para a vida toda. A última tentativa não correu muito bem. Desta vez, a musa inspiradora foi uma longa viagem de comboio. Não, não é no Expresso  Oriente. Para ficar a um preço suportável, teria de integrar um grupo de pelo menos cinco pessoas. Cruzes credo! Quem gosta de viajar sozinho percebe-me. É uma simples viagem de comboio pela Europa. Para quem fuma, viajar é sempre stressante, mesmo que as viagens sejam curtas. De avião a alternativa é escolher voos com escala e não cortar as unhas nos dois meses antecedentes. 
Viajar. Foi isso que me levou a deixar de fumar e, até agora, com sucesso. Tenho mais saudades dos meus momentos com o cigarro do que do cigarro em si. 
Não fiquei rica. Nem ganhei mais paladar, olfato, pele  luminosa, dentes mais brancos e outras coisas boas que disseram vir a adquirir. Acertaram nos quilos a mais, mas nada que me tire o sono.  
Os meus pensamentos ficaram mais pobres, passei a dedicar mais tempo à leitura.
Tenho saudades dos meus serões, horas a fio no escurinho da esplanada lá de casa, a olhar para a noite e a pensar. Divagar, ir para longe, à boleia, camuflada no fumo do cigarro, regressar fora de horas e ir dormir. 
Quase todas as semanas chegam livros, hoje chegaram mais dois. " Hotel Savoy", recomendado pela Isabel Silva. "Vi-os Morrer", para matar saudades de Sven Hassel. Falarei dele mais tarde, devo-lhe isso. 
 

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IMG_20240608_201203.jpg Pedro Mexia, rodeado de gulodices, outrora um maço de tabaco. Certamente... 

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