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DESABAFOS

Razoavelmente insuportável…

Razoavelmente insuportável…

DESABAFOS

21
Fev25

“I know not what tomorrow will bring.” ...


ROMI

 

Há tempos, tomamos o pequeno almoço juntos e segredou-me ao ouvido:
 
"... Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho."
 
Claro que ficámos amigos ...
 

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E ontem jantou comigo, cuidou de mim. Como se fosse o meu melhor amigo. 

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Para além do livro (prosa) que estou a ler, todos os dias leio poesia, nem que seja um só poema. Abro o livro ao acaso, não sigo a regra rigida de começar na primeira página. Curiosamente, não sei bem porquê,  neste livro de Fernando Pessoa,  é sempre na página 64/65. A "Ode Marítima". Não posso dizer que é o meu poema preferido de Fernando Pessoa, porque na poesia dele tenho poemas que gosto menos, mas não consigo escolher o favorito. É impossível resistir a este, e leio-o tantas vezes que quase o sei de cor. Principalmente esta parte:
 
(...) Ah, todo o cais é uma saudade de pedra!
E quando o navio larga do cais
E se repara de repente que se abriu um espaço
Entre o cais e o navio,
Vem-me, não sei porquê, uma angústia recente,
Uma névoa de sentimentos de tristeza
Que brilha ao sol das minhas angústias relvadas
Como a primeira janela onde a madrugada bate,
E me envolve como uma recordação duma outra pessoa
Que fosse misteriosamente minha.(...)
 
 
A imagem do cais como uma saudade de pedra, como se naquele intervalo morasse a dor das despedidas e a nostalgia do que fica para trás.
 
 
I know not what tomorrow will bring.” (Não sei o que o amanhã trará.)

As últimas palavras escritas de Fernando Pessoa.

 

12
Dez24

O sabor das palavras...


ROMI

Nuno Júdice. Porque hoje não me apeteceu jantar sozinha, acompanho-o nessa tentativa de guardar o impossível. A solução encontrada: a estrela brilha no poema, transformada pelo poder das palavras. 

Que prazer jantar consigo, meu querido Nuno Júdice.

Num gesto altruísta, partilho um pouco dessa companhia. 

 

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ASTRONOMIA 

"Vou buscar uma das estrelas que caiu

do céu, esta noite. Ficou presa a um

ramo de árvore, mas só ela brilha,

único fruto luminoso do verão passado.

Ponho-a num frasco, para não se

oxidar; e vejo-a apagar-se, contra

o vidro, à medida que o dia se

aproxima, e o mundo desperta da noite.

Não se pode guardar uma estrela. O

seu lugar é no meio de constelações

 
e nuvens, onde o sonho a protege.

 

Por isso, tirei a estrela do frasco e

meti-a no poema, onde voltou a brilhar,

no meio de palavras, de versos, de imagens."

 

Volta até mim no silêncio da noite

"Volta até mim no silêncio da noite
a tua voz que eu amo, e as tuas palavras
que eu não esqueço. Volta até mim
para que a tua ausência não embacie
o vidro da memória, nem o transforme
no espelho baço dos meus olhos. Volta
com os teus lábios cujo beijo sonhei num estuário
vestido com a mortalha da névoa; e traz
contigo a maré da manhã com que
todos os náufragos sonharam."
 

 

Nuno Júdice

03
Jul24

"TUDO EM SINTRA É DIVINO, NÃO HÁ CANTINHO QUE NÃO SEJA UM POEMA”


ROMI

"TUDO EM SINTRA É DIVINO, NÃO HÁ CANTINHO QUE NÃO SEJA UM POEMA”

EÇA DE QUEIRÓS, OS MAIAS.

 

Acordar cedo. Sintra ali ao lado. Ainda adormecida, envolta na capa de neblina mística ou romântica, que se vai desvanecendo lentamente, mas só às vezes. 

E eu ali. Ninguém me viu e eu não vi ninguém.

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