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DESABAFOS

Razoavelmente insuportável…

Razoavelmente insuportável…

DESABAFOS

25
Out25

Falácias e Chocolate Quente...


ROMI

 

Se viveria num país tropical? Sem hesitar, sim, sempre.
Mas não deixo de ter um certo apreço por estes dias cinzentos, de chuva fina. Sem vento.
Não gosto do vento, na mesma proporção em que ele não gosta de mim. A nossa relação é de mútua e fria indiferença. Pode considerar-se esta afirmação uma falácia patética, admito. Um erro de lógica que atribui sentimentos a algo inanimado. Mas eu e as falácias convivemos bem. E eu sei sempre quem gosta, ou não, de mim: sejam animais, coisas, pessoas, estados meteorológicos, meses, dias, horas ou segundos. Um eco que me sussurra "bem-vindo", ou uma sombra me adverte: "passa à frente.” E eu obedeço.

Hoje, chove como eu gosto: sem frio e sem vento. Saí para a rua, toda eu sorrisos, debaixo daquela chuva que molha parvos. E molhou-me a mim.
De volta a casa, preparei um chocolate quente, pus Tom Waits  a cantar baixinho e abri um livro. A chuva, lá fora, acompanhava o som da voz e o virar das páginas. E, por um breve instante, senti que o mundo inteiro respirava comigo.

17
Jun25

Voltar atrás, alterar o que não ensina...


ROMI

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O passado é imutável, mas nem todos se conformam com isso. Para alguns, os erros são lições, degraus necessários. Mas há quem sinta o contrário. Certas dores não ensinam, apenas doem.

Éramos cinco ao jantar. O passado veio à baila. Ninguém mudava nada, caso pudesse. Todos os erros foram lições, crescimento. Há pessoas que valorizam particularmente a aprendizagem que nasce das falhas, dos tais erros, como se o sucesso e as vitórias não oferecessem o mesmo nível de conhecimento ou crescimento pessoal.
Eu, a única a discordar. Mudaria tudo. Até o almoço da véspera, e o pequeno almoço do dia. Era a oportunidade de viver tudo de maneira diferente. Outra versão de mim, outros caminhos, outras histórias. Editar escolhas.  Até o passado delas, eu mudaria. Os erros não me ensinam nada. Não é com eles que quero aprender.

Se o tempo voltasse atrás, a urgência maior seria silenciar as dores que ainda ecoam. Proporcionar-me-ia o que, por medo, me privei de viver, de ter, de arriscar ...

Ir-me-ia dar um abraço onde me perdi. Ir-me-ia buscar pela mão e trazer-me até aqui. Para recomeçar sem amarras, liberta, renovada, e para situar perdões onde deixei mágoas.

Mas é tão longe, voltar para trás. E eu não sou pessoa de perdoar, nem de esquecer. Por muito que isto me custe admitir. Nem quero ser perdoada. Esquecida, sim. 

10
Mai25

Antes que o café arrefeça...


ROMI

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 Antes que o café arrefeça, de Toshikazu Kawaguchi.
Um livro para ser lido na véspera de um feriado, à noite, sem pressa... e sem o sorriso patético que mantive da primeira à última página. Uma história simples, em termos de linguagem, com uma profundidade emocional despretensiosa. Criei uma certa empatia com as variadíssimas personagens.

É um livro honesto: conforta sem iludir. Quase uma reflexão disfarçada de história, um exercício de empatia silenciosa com personagens que, embora breves, parecem familiares. Também não é um “livrão”. Diria que funciona melhor como metáfora do que como enredo.

E mais não digo, para não ser acusada de spoiler.

“A aceitação pode ser mais libertadora que a correção.”
Li isto algures, aqui, faz todo o sentido.

Mas tenho de ir, antes que o café arrefeça.

 

 

16
Nov23

"Não me sacudam que estou cheio de lágrimas."


ROMI

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